Feliz 2007!!!!
Que estas imagens alegrem o ano novo e o semestre que inicia. Abração Si.
No texto “Educação e crise no trabalho”, Paolo Nosella traz as angústias da maioria dos educadores, o descontentamento e, de certa forma, a revolta de quem realmente quer uma educação melhor para o povo brasileiro. Quando refere-se à filosofia escolar brasileira e relata os 3 momentos marcantes do séc. XX: 1- A escola brasileira republicana (1889 – 1930); 2- A escola brasileira populista e corporativa (1880 -1990); 3- A escola brasileira do final do século: a difícil recuperação da qualidade, ele me faz viajar no tempo, afinal, eu ainda nem era nascida quando tudo isso já estava acontecendo.
Ao falar da escola brasileira republicana, reforça bem o quanto o sistema educacional foi marcado pela filosofia educacional católica e contra-reformista, sendo que a clientela eram as filhas de fazendeiro, de funcionários públicos bem sucedidos e de negociantes.
Na escola populista e corporativa, o populismo e o corporativismo aparecem de forma marcante e específica em relação à educação em geral e também sobre a política de formação dos professores e demais profissionais da educação. Quando li sobre o assunto, lembrei da minha formação de 2º grau, que foi noturna, ou seja, enfrentando 13h de jornada de trabalho, e que deixou muito a desejar.
Ao falar de escola obrigatória (até 14 anos), que deveria formar o cidadão para a vida e não para o trabalho, e escola pós-obrigatória (2º, 3º e 4º graus), o autor nos deu uma grande oportunidade de reflexão a respeito do assunto, afinal, a sociedade e o mercado de trabalho cobram tanto a escolarização que a mesma vem sendo cada vez menos exigente, formando o máximo de pessoas possíveis, deixando-as aptas ao trabalho, ficando o diploma pelo diploma e não pela aprendizagem.
A escola brasileira do final do século vem tentando recuperar a qualidade do ensino, mas está se deparando com debates sobre o ensino travado por parte do governo e da sociedade civil.
A qualidade do ensino se garante com uma boa avaliação, outro aspecto relevante que se perdeu ao longo dos anos e das tentativas de avanço. Não posso dizer que não houve avanço, mas pude perceber, ao ler este texto e ao pesquisar sobre políticas educacionais, que muito se perdeu desde a escola republicana, onde os valores eram fortemente cobrados e a seleção dos candidatos era rígida. Ao mesmo tempo que a escola aberta proporcionou ensino a todos, sendo obrigatória e gratuita, tornou-se menos rica em conteúdos, exigências e, principalmente, nos critérios de avaliação, já que o que os índices de aprovação passaram a ser prioridade, mostrando com isso que a maioria da população estava alfabetizada, sem esquecer que essa alfabetização também era de faz de conta, pois poucos realmente saíram do processo de alfabetização com condições de ler o mundo e interpretá-lo de maneira favorável para sobreviverem com mais dignidade.
É uma pena que tanta coisa triste já tenha feito parte da história da educação brasileira, mas ao mesmo tempo, acredito que isso tudo também pode nos servir de exemplo, para a partir disso lutarmos com mais convicção de que é possível melhorar a educação. Estou certa de que neste exato momento estou fazendo a minha parte, lendo, refletindo, buscando e me aperfeiçoando no curso de pedagogia da UFRGS. Vamos juntos batalhar e quem sabe daqui a alguns anos seremos nós as autoras de um texto sobre as melhorias da educação no século XXI.
Participar da elaboração de uma wikistória foi uma experiência completamente nova e muito prazerosa, afinal, compartilhar uma mesma história com várias colegas de curso foi muito bom, pois conseguimos desabafar, falar das angústias e revoltas sobre nossa profissão, bem como sonhar com condições melhores de trabalho e de aperfeiçoamento profissional, que na real já estamos tendo, que é poder cursar pedagogia na UFRGS.
No início tivemos algumas dificuldades, pois estávamos nos identificando, quando não era necessário, mas depois pegamos o jeito e ficou tudo certo. Ao fazer a página inicial, a de apresentação, me senti constrangida, como se estivesse abrindo minha vida para todos, mas foi só o primeiro impacto, pois minutos depois lá estava eu participando com muito entusiasmo.
Hoje estou me sentindo familiarizada com as wikistórias e pretendo participar das demais salas que foram abertas recentemente pelas colegas e professoras, mas primeiro irei terminar todas as minhas atividades, para daí sim curtir e me divertir enquanto navego e viajo na minha imaginação.
O sociólogo Max Weber estudou a fundo a sociologia, as relações humanas e os resultados das mesmas. Para ele, a continuidade dessas relações sociais está baseada na dominação, onde há a submissão de um grupo a um certo mandato. Weber nos traz o que considera ser os três tipos de dominação legítima:
DOMINAÇÃO LEGAL – Esta dominação é baseada em estatutos, direitos e deveres, com regras impostas que devem ser obedecidas. Podemos chamá-la de dominação burocrática, pois segue uma hierarquia de cargos, onde há subordinação de inferiores aos superiores. Vemos isso claramente nas empresas privadas, capitalistas, onde empregados obedecem o patrão, o chefe.
DOMINAÇÃO TRADICIONAL – Segue os princípios da tradição, onde obedece-se uma pessoa por sua dignidade e fidelidade. Era muito utilizada antigamente, na relação senhor/escravo, onde o senhor ordenava e os súditos obedeciam.É a pura dominação patriarcal, onde por exemplo, o chefe da família é o responsável pela educação dos filhos, é ele também quem toma as decisões importantes da casa, sempre seguindo a tradição, assim como seu pai já o fazia.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA - Esta domonação basea-se na devoção afetiva a uma pessoa, bem como nas suas virtudes. Essa pessoa é escolhida a partir do seu carisma, vocação e não necessariamente pelas suas competências, habilidades e qualificação pessoal. Podemos dizer que é dominação do profeta, do dermagogo, onde a revelação ou a criação momentânea é uma das características.
Após refletir sobre essas três formas de dominação apresentadas por Max Weber, observa-se com mais clareza como essas dominações estão presentes no nosso dia dia, na sociedade que estamos inseridos, nas relações sociais que fazem parte do nosso dia pessoal e profissional. No trabalho obedecemos a regras e normas, muitas vezes até sem direito de contestá-las, é a pura dominação legal. Ao escolhermos um candidato, uma religião ou um amigo, fazemos uso da dominação carismática. Ao refletirmos sobre nossa estrutura familiar, nos deparamos com a dominação tradicional, patriarcal, onde muitos dos valores que nossos pais nos passaram, foram igualmente passados a eles por seus pais. O que devemos fazer é compreender, refletir e aprender a equilibrar essas dominações nas nossas relações sociais.
Ser/estar - papéis